A leitura labial que ajuda, mas não atende 100% da nossa comunicação!
- Carla Bueno
- 3 de fev. de 2015
- 3 min de leitura
A leitura labial é uma técnica aproveitada principalmente por surdos, que são captadas pela leitura ou mesmo interpretação dos movimentos de seus lábios através dos sons e palavras emitidas pelo interlocutor.
De acordo com estudos, diz que o leitor labial mais experiente consegue entender apenas em torno de 50% do que se é dito, independente se for com som ou sem som e dependente da forma de articulação do interlocutor. E ainda se pode ter dificuldades em algumas pronúncias de sons que são facilmente confundidas, no caso, das letras “p”, “b”, “m”, “n”, “d”, “t”, “s” e “z”. O leitor labial deve buscar a leitura de livros de forma assídua ou mesmo ter acesso constante ao dicionário, para ter conhecimento das palavras com mais facilidade e acertar na pronúncia e na escrita da língua portuguesa. Isso torna a vida do surdo mais fácil! Quem já não lê, terá mais dificuldades de compreensão das palavras. Por isso que os pais devem incentivar as crianças a terem o interesse pela leitura!
Mas o aprendizado da leitura labial, não vem simplesmente de forma natural, pois vem do treino, prática e percepção. O melhor profissional para ajudar nesses casos, é o fonoaudiólogo! Porque é com ele que se aprende as vibrações de sons, colocar a mão no pescoço e sentir as vibrações, faz articulações na frente do espelho e outras técnicas que vêm para beneficiar o paciente. Existem casos de outras pessoas que aprendem a fazer leitura labial sozinhas, por conta!
O leitor demonstra-se mais empenhado ao fazer a leitura labial do que ouvir, porque ele tem que se concentrar visualmente no interlocutor, levando um pouco mais de tempo para entender a mensagem do que os ouvintes. Dependendo do uso contínuo da leitura labial em determinadas situações, como numa sala de aula, numa palestra, num ambiente que tem contato direto com pessoas que se comunicam o tempo todo, o leitor labial sente-se mais cansado no final do dia, devido a visualização orofacial contínua.
Existem algumas barreiras na comunicação que dificultam na hora da leitura labial, como a iluminação do local de onde está se comunicando, se há muitas pessoas falando ao mesmo tempo, quando o interlocutor tampa a boca inconscientemente, articula demais a boca, uso de bigodes compridos, formato dos lábios. E até em situações como salas de aula, auditórios, palcos e outros onde traz um público maior, o interlocutor que faz caminhadas contínuas pra lá e pra cá, cansando ainda mais a visão do leitor. Isso causa um incômodo, mas se sabe que faz de forma de impulso normal.
Claro que surgem situações engraçadas no momento em que o ouvinte não sabe que o surdo está fazendo a leitura labial e fica receoso, quando se percebe que o leitor está olhando só para a boca quando está perto, mas que de longe, o ouvinte não percebe que o leitor olha para boca. Ou mesmo quando o leitor traduz a comunicação de um ouvinte que está longe para a pessoa ouvinte que está ao seu lado. Também existem situações que o leitor labial, mesmo que não ouça tão bem quanto ao ouvinte, percebe que a pessoa está gritando, só pelo fato de sua boca ficar mais aberta e existem situações que a pessoa chega até levantar o corpo e os pés para cima. Gritar para o surdo não adianta! Estará perdendo o seu tempo, porque o surdo acaba não entendendo devido a articulação da boca muito aberta!
Simplesmente, as pessoas devem se posicionar de frente ao leitor labial. Assim a comunicação se torna mais produtiva e interessante entre os ouvintes e os surdos oralizados!
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