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A minha viagem de férias para um lugar longe com o IC!

Voltei aqui para contar como foram as minhas férias com o implante coclear (IC).

Vou dizer, que foram férias, ou seja, digo de verdade, porque foi um tempo voltado apenas a mim para agradecer por tudo e por tudo o que aconteceu de maravilhoso neste tempo até a esta viagem à Maceió-AL. Tudo começou porque uma amiga me convidou para viajar junto. A princípio, não iria viajar nestas férias! Pensei, vou aceitar, pois afinal, uma viagem de férias para um lugar longe não acontecia há mais de 3 anos! Claro que sem esquecer das viagens anteriores a curtas distâncias que fiz também que são inesquecíveis com amigos e familiares.

Posso dizer que os meus últimos 3 anos foram complicados e difíceis, pois nesta época aconteceu uma turbulência de tantas coisas, fui demitida de uma empresa, perdi o meu plano de saúde, perdi mais a minha audição que nem um aparelho de surdez me ajudava, ou seja, entrei completamente em desespero. Tive que voltar a mim, busquei ajuda profissional, busquei ajuda na minha igreja, na família, amigos, novos amigos de IC, pois a minha maior preocupação era a surdez. Pensei que minha vida iria parar por ali!

Até que surgiu uma luz, o Implante coclear! Dei entrada ao processo do implante, fiquei indo e voltando a Curitiba e sendo assim, passaram-se 9 meses, onde consegui um trabalho. Com isso, me dediquei completamente ao processo do implante coclear e ao trabalho, pois é ali que eu poderia estar retomando a minha vida para melhor, lidando melhor com a surdez, lidando com os horários e dias de trabalho e idas à Curitiba tanto antes e após o implante. Deste período até o momento destas férias, viajei muito focando nos encontros de implantados, surdos, usuários de AASI e ali fiz muitas amizades que até hoje perduram junto comigo. Ali percebi que eu precisava mudar um pouco o rumo destas férias.

Então decidimos que iríamos ao Nordeste, especificamente em Maceió. E veio a questão: Devo usar o implante coclear na praia? Onde vou deixar enquanto mergulho?

Questionei a alguns amigos implantados há um tempo atrás mesmo sem ter a pretensão de viajar e tive inúmeras respostas como: “Vai com o IC”, “Deixe no hotel”, “Não leve junto”, “Usa o Aqua +”, “Cuidado que com a areia, oxida rapidamente” e mais uma infinidade de outras respostas.

Mas o que aconteceu então?

Bom, eu estive com o IC em todos os lugares, não tive a coragem de deixar no hotel e também eu iria ficar muito agoniada sem ouvir. Primeira coisa que veio em minha cabeça, como eu adoro conversar, devo estar com o IC.

Então, em todos os passeios que fui, usei o IC ligado e desliguei/ retirei somente nos passeios de bugues, devido a velocidade do bugue e junto com o vento, o IC estava levantando de minha orelha e nos passeios de barcos, canoa, jangadas, catamarãs, retirei o IC por ter uma proximidade maior na água e por questão de segurança, caso algum meio deste tombasse e eu caísse na água, correndo o risco de estragar o IC. Por isso, eu retirava o IC, guardava na caixinha dele, colocava a caixa dentro de um saco plástico, colocando dentro de um necessárie e guardava dentro da bolsa. A bolsa estava comigo o tempo todo. Quando eu iria fazer um mergulho, eu escondia a bolsa em algum compartimento do barco, jangada, catamarã e mesmo assim ficava de olho nela, pois nos passeios sempre existem os turistas maldosos. Sempre tomava muito cuidado! O correto mesmo seria deixar o IC no cofre do hotel, mas eu precisava dele de qualquer jeito! É uma necessidade. O IC me faz falta no dia a dia!

Também existe a opção do acessório Aqua + que é uma capa a prova d’água para implante coclear próprio da marca Cochlear que é a mesma marca que eu utilizo, mas o problema é que eu não tenho. Por isso, que fiz todos os malabarismos possíveis que citei anteriormente, só para estar com o IC. Ali percebi, que é interessante ter o Aqua + pois protege todo o seu IC quando em contato com a água. É um acessório que só pode ser adquirido apenas comprando-as no site da Politec que é próprio da marca. Para as outras marcas, existem os seus acessórios.

Teve um dia, que fomos a Maragogi e lá conheci um surdo, contei a ele que tenho o implante coclear e ele me perguntou coisas básicas, deu para perceber que ele já procurou saber mais sobre o implante e ele disse que tem medo de fazer. Eu contei sobre a minha rotina de vida a ele, à esposa ouvinte e a filha dela e ficaram maravilhados.

Ali em Maragogi também percebi que ao fazer mergulho superficial, senti pressão nos ouvidos e fiquei com medo de fazer o mergulho amador, embora que seja dentro do padrão de profundidade de até 20 metros, mas também tive medo de não dar conta com a respiração e acabei não fazendo. Fiquei por ali no mergulho superficial que me diverti muito pois vi muitos peixes ali próximos aos corais. É lindo de se ver!

Diariamente, após retornar dos passeios, colocava o IC em desumidificador com sílica e a noite no momento de dormir, colocava em desumidificador elétrico para garantir que não haja umidade. Esse cuidado é tão importante para a manutenção da vida útil do implante coclear.

E quando retornei a minha cidade de origem, desmontei todo o IC, retirando o gancho, cabo, bateria, passei uma escovinha para retirar toda a sujeira existente, passei um paninho com álcool isopropílico para retirar toda a umidade e montei-as novamente. Coloquei no desumidificador elétrico e assim o IC agradece por todos esses cuidados!

Mais um detalhe importante nestas férias, que me cadastrei como deficiente auditiva no site da Gol, companhia aérea, em que viajei. Na volta de Maceió para Foz do Iguaçu, um comissário de bordo, veio até mim, pediu se eu era a Carla Cristina Bueno e eu disse que sim. Ele me perguntou se eu estava entendendo tudo o que o piloto estava falando e eu disse que com o implante coclear sim. E o comissário se justificou que o piloto viu a observação em meu nome na lista de passageiros, pediu para que viesse falar comigo e verificar se está tudo bem. Mesmo assim, ele ofereceu todo o suporte em caso de eu não entendesse algo no vôo e que eu podia ele para esclarecer. Agradeci ele com um sorrisão! Percebi que teve um cumprimento a Acessibilidade à bordo dentro do avião!

O que posso dizer destas férias, apesar que existe alguns trabalhos de cuidar o IC, é que valeu muito a pena, pois pude ouvir muitas coisas, desde dentro do avião quando o piloto e comissários de bordo diziam, o próprio ronco do motor do avião, o barulho do mar, caminhar na areia, ouvir música na orla, ouvir vozes de pessoas que vieram do Brasil inteiro com o seu sotaque materno, barulhos de barcos, jangadas circulando por ali e uma infinidades de coisas. Só não sei ainda como é ouvir embaixo da água! Rs.

E também agradeço pela parceria de minha amiga Adrieli que me ajudou muito em alguns casos de que eu estava sem o implante coclear, me repassando informações nos momentos que eu não entendia através da leitura labial! E no mais, muita parceria e diversão fizemos novas amizades lá!

Por um lado, percebi a evolução da independência pessoal! Foi bacana demais!


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